sábado, 30 de julho de 2011

A vida como obra de arte

Este título surgiu de muitos estudos realizados a partir de obras escritas por Michel Foucault que diz o seguinte:


"O que me surpreende é o fato de que, em nossa sociedade, a arte tenha se transformado em algo relacionado apenas a objetos e não a indivíduos ou à vida; que a arte seja algo especializado ou feito por especialistas que são artistas. Entretanto, não poderia a vida de todos se transformar em uma obra de arte? Por que deveria uma lâmpada ou uma casa ser um objeto de arte, e não nossa vida?" (Michel Foucault
).



Deslocar a arte do mero âmbito dos objetos para o âmbito da vida e colocar esse conjunto de procedimentos nas mãos de cada indivíduo para que ele mesmo produza sua própria vida e gerencie sua própria liberdade é uma aposta que Foucault faz inicialmente a partir das bases de uma moral grega.

Na avaliação de Michel Foucault, a decisão mais importante, e talvez a única de fato importante, é a que afeta o estilo de vida de cada indivíduo, na qual se vejam implicadas as relações que o mesmo mantém com a verdade, consigo mesmo e com os outros.

Não cabe submeter-se ao ditame de nenhum fundamento e se, sobretudo, o individuo não é dado, só nos resta uma conseqüência prática: "temos que criar a nós mesmos como uma obra de arte".


Foucault concebe uma estética da existência, aquela que propiciaria uma maior possibilidade de escolhas pessoais, convida a considerar a própria vida como uma obra de arte, propõe uma ética do estilo (todo estilo é pessoal e contingente). A escolha é possível, porém, temos que perceber como pano de fundo: o sistema, os jogos de verdade e os dispositivos de poder.


No centro da estética da existência se situa a questão da liberdade. A crítica como componente da estética da existência tem como tarefa levar tão longe quanto possível o trabalho da liberdade.


Fica para nós, um desafio que é pensar – por nós mesmos – as condições que nos propiciem a construção da liberdade.

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