Estou pensando nas diferenças que existem entre os relacionamentos
virtuais e presenciais...e para isto fui ler alguns artigos sobre essa
questão...trago um aqui que achei interessante para refletir...mas não
concordando plenamente com o aut
or!
A Psicologia dos Relacionamentos na Internet
A internet se tornou uma nova maneira de relacionamento social.
Pessoas estão encontrando amigos, colegas, namorados e também, inimigos pela internet.
Já escutei pessoas dizerem que o relacionamento na internet não é de fato real, ou seja, não é como no “mundo real”.
Segundo elas, esses relacionamentos são apenas algo passageiro, uma fase pela qual as pessoas passam.
Algumas, mais críticas, dizem que não se pode comparar com os
relacionamentos reais e que se alguém prefere se comunicar através de um
“mundo virtual”, alguma coisa deve estar errada.
Essa pessoa deve estar depressiva, com baixa auto-estima ou com medo de encarar um relacionamento real.
Será que isso é verdade?
Será que é verdade que relacionamentos “reais” são superiores às relações virtuais?
Uma maneira de compreender este fenômeno social e humano é examinando
os vários meios pelos quais as pessoas se comunicam, se conectam e se
identificam uns com os outros.
A linguagem, por meio das
palavras, seria a mais poderosa delas e, a partir disso, já se pode
levantar alguns aspectos que colaboram para que relações virtuais tenham
lgumas vantagens se comparadas as presenciais:
A interação
pode não ocorrer em tempo real, então, você pode responder ao seu
parceiro (a) no momento que você desejar e no tempo que você desejar.
Isso te dá tempo para pensar sobre o que você realmente quer dizer e
escrever sua resposta de maneira segura, revisando quantas vezes desejar
antes de enviar a mensagem.
Mesmo em comunicadores em tempo real essa vantagem ocorre, pois você não precisa responder imediatamente.
É possível um tempo de reflexão ou fazer uma pesquisa se necessário.
Essa estratégia de espera-revisa pode fazer maravilhas para evitar
momentos embaraçosos, respostas impulsivas e arrependimentos.
O diálogo por escrito envolve mecanismos mentais diferentes de uma conversa falada.
Pode refletir num estilo cognitivo distinto que possibilita algumas
pessoas a serem mais expressivas, organizadas e mais criativas na
maneira como elas se comunicam.
Não é incomum encontrar pessoas que dizem que conseguem se expressar melhor nesse mundo da escrita.
As Relações mediadas por mensagens de texto possibilitam que você salve todas as suas interações em arquivos de texto.
A qualquer momento é possível consultar as informações mais importantes
do relacionamento, resgatar informações importantes de certos momentos
da relação, reexaminar conflitos e desentendimentos.
Esse tipo de
reavaliação é as vezes mais complicado nas relações presenciais, onde
quase sempre é preciso requisitar nossa própria memória.
Relacionamentos por textos tendem a resultar no que é chamado de “efeito
da desinibição” causado pelo fato de as pessoas não poderem se ver ou
se ouvir, as pessoas podem se abrir mais e dizer coisas que não diriam
se estivessem cara-a-cara.
Este efeito cria um ambiente onde a intimidade é acelerada.
As desvantagens se comparadas aos relacionamentos presenciais surgem a partir da falta do face-a-face entre as pessoas.
A impossibilidade de haver vozes, expressões faciais ou linguagens corporais limitam a fluência de um relacionamento.
Neste ponto, os relacionamentos presenciais se comparados aos virtuais
tem a vantagem de viver os aspectos sensoriais, a partir de como as
pessoas se conectam através dos cinco sentidos, ou seja, ouvir
atentamente (audição); ver para crer (visã0); posso te tocar? (tato) e
chegando ao ponto (olfato e paladar)
Audição: A voz humana é
rica em significados e emoções. Pequenas variações na voz de uma pessoa
podem causar suspiros ou raiva. Nos relacionamentos virtuais, este
estímulo está ausente, porém, somos capazes de “criar” essas variações
em nossas mentes interpretando o texto da maneira como desejarmos. Ao
lermos uma conversa com alguém temos uma forte tendência a projetar
(consciente ou inconscientemente) nossas próprias expectativas, desejos,
ansiedade e medos naquilo que estamos lendo.
Visão: Nossas
expressões corporais e faciais também possuem uma linguagem repleta de
significados e emoções. A ausência desse elemento pode tornar a relação
ambígua e insegura. Por outro lado, alguns dizem que esta ambiguidade
gera uma oportunidade para se explorar as reações da outra pessoa.
Segundo o autor, outras vantagens de não se ver a outra pessoa seria que
questões como idade, cor de pele, altura, aparência física ou qualquer
outra coisa que influencie em ser “atrativo” ou não são irrelevantes.
Tato: O ser humano necessita o contato físico com outras pessoas.
Crianças e bebês entram e depressão e podem morrer ser o toque de uma
pessoa. A maneira como os pais interagem fisicamente com seus filhos se
torna um dos pilares da identidade e do bem-estar. Este é, sem dúvidas,
um dos maiores abismos entre os relacionamentos presenciais e os
virtuais e sua falta é um dos principais motivos para o desgaste de um
relacionamento virtual. O ato de tocar a outra pessoa cria elos entre os
parceiros. Alguns defendem a idéia de que é possível o envolvimento
psicológico e emocional através das palavras, mas é certo que
provavelmente você nunca conseguirá abraçar a pessoa amada pela
internet.
Olfato e paladar: Por último, mas não menos
importante, vem o olfato e o paladar. O cheio é algo que aproxima muito
uma pessoa da outra, sendo capaz de despertar poderosas reações
emocionais. Pode-se dizer que o cheirar e o provar sejam sensações
interpessoais muito primitivas, mas ambos são essenciais para uma
intimidade profunda, talvez justamente por ser tão primitivos e
fundamentais. Será que a tecnologia algum dia será capaz de reproduzir
odores e sabores e transmiti-los essas sensações a outra pessoa que pode
estar do outro lado do mundo?
As barreiras da visão e audição
estão praticamente extintas, uma vez que recursos em áudio e vídeo em
tempo real e de boa qualidade já estão disponíveis e são de fácil
acesso. Quanto aos outros sentidos, estes parecem ser um desafio e tanto
para a tecnologia.
O autor faz uma crítica sobre o fato de se
colocar o relacionamento virtual como um substituto do relacionamento
presencial ou como se existisse uma competição entre eles. Não
poderíamos encará-lo como uma ferramenta ou um “plus” e chamarmos
relacionamento apenas e simplesmente de relacionamento?
Ele faz
um comparativo com as cartas e telefones por exemplo. Na época em que
esses serviços se tornaram disponíveis para as pessoas foi cogitado o
que seria melhor? Um relacionamento por correspondências ou não?
Acredito que todas as pessoas têm necessidades. Uns precisam da
presença diária do parceiro para que um relacionamento funcione, outros
nem tanto. Tudo tem a ver com um equilíbrio entre as necessidades e
satisfações de cada um. Nesse caso, pouco importa o meio, mas sim se no
final as expectativas estão sendo correspondidas.
Texto adaptado a partir da leitura de Thiago Tavano Sammartino
http://www.psicologiadigital.com/2009/09/13/a-psicologia-dos-relacionamentos-na-internet/