Raquel Stela de Sá
O que você lembra de sua infância? Normalmente, quando olhamos para o passado, sobretudo para quando éramos crianças, o que nos vem na memória é uma grande nostalgia e temos a tendência de considerar muito bons aqueles momentos vividos. Não sei se com todos foi assim, mas vejo a minha infância como muito divertida. Gosto de lembrar dela!
Quando penso nas brincadeiras que fazíamos na rua onde morávamos, fico muito feliz. Nesta rua os amigos se juntavam para brincar de pegar, de teatro, de bicicleta, de fazer casinha, de se pendurar no chorão, de andar de carrinho rolimã morro abaixo, de fazer comidinha em fogueira nos terrenos baldios que nesta época ainda existiam, de correr dentro de poças d´agua após a chuva.
Posso sentir o cheiro de chuva quando brincava nas poças que ficavam em frente a nossa casa. Posso repetir os nomes dos diversos personagens que incorporávamos enquanto brincava com os amigos na infância. Posso também lembrar de como minha mãe nos ajudava a transformar nossos beliches em cabanas, barcos e aviões para brincarmos dentro de casa em dias de chuva.
Tive, durante a infância, lindas experiências que preencheram meu dia-a-dia. Referindo-se a esse aspecto Cecília Meireles pergunta: “de que são feitos os dias?” E responde: “De pequenos desejos, vagarosas saudades, silenciosas lembranças.”
E, no verão... era só felicidade! Nos organizávamos com muita antecedência para arrumar as trouxas para passar dois meses na praia.
Esperávamos o ano todo a chegada do verão para ir para a casa de praia. Uma casinha simples a beira de um riacho onde brincávamos o dia inteiro com os primos e amigos. Brincadeira de pescar peixinhos com peneiras embaixo dos lavadores que ficavam a margem do riacho, ida a cachoeira para tomar banho e ainda retirar argila para a confecção de objetos, deslocamento a lagoa pelos cômoros de areia imensos e brancos queimando os nossos pés.
E, ao final, ainda tínhamos como recompensa um banho de lagoa azul e refrescante. Posso ainda sentir a sensação da água gelada no meu corpo. Um tempo de infância que deixou muita saudade.
Quando penso nas brincadeiras que fazíamos na rua onde morávamos, fico muito feliz. Nesta rua os amigos se juntavam para brincar de pegar, de teatro, de bicicleta, de fazer casinha, de se pendurar no chorão, de andar de carrinho rolimã morro abaixo, de fazer comidinha em fogueira nos terrenos baldios que nesta época ainda existiam, de correr dentro de poças d´agua após a chuva.
Posso sentir o cheiro de chuva quando brincava nas poças que ficavam em frente a nossa casa. Posso repetir os nomes dos diversos personagens que incorporávamos enquanto brincava com os amigos na infância. Posso também lembrar de como minha mãe nos ajudava a transformar nossos beliches em cabanas, barcos e aviões para brincarmos dentro de casa em dias de chuva.
Tive, durante a infância, lindas experiências que preencheram meu dia-a-dia. Referindo-se a esse aspecto Cecília Meireles pergunta: “de que são feitos os dias?” E responde: “De pequenos desejos, vagarosas saudades, silenciosas lembranças.”
E, no verão... era só felicidade! Nos organizávamos com muita antecedência para arrumar as trouxas para passar dois meses na praia.
Esperávamos o ano todo a chegada do verão para ir para a casa de praia. Uma casinha simples a beira de um riacho onde brincávamos o dia inteiro com os primos e amigos. Brincadeira de pescar peixinhos com peneiras embaixo dos lavadores que ficavam a margem do riacho, ida a cachoeira para tomar banho e ainda retirar argila para a confecção de objetos, deslocamento a lagoa pelos cômoros de areia imensos e brancos queimando os nossos pés.
E, ao final, ainda tínhamos como recompensa um banho de lagoa azul e refrescante. Posso ainda sentir a sensação da água gelada no meu corpo. Um tempo de infância que deixou muita saudade.
Raquel Stela de Sá
Mas isso não quer dizer que gostaria de voltar no tempo. Sinto-me muito bem no presente e estou, acho que há um bom tempo, sempre olhando o futuro, pensando em coisas que ainda desejo fazer.
Foi, sem dúvida, um tempo muito divertido. Me considero uma pessoa privilegiada por ter tido uma infância muito feliz e rica em experiências e, ao mesmo tempo, sempre protegida por uma família muito especial, com pais amorosos e oito irmãos companheiros. Ficaram na memória imagens de um tempo rico de aprendizado, que nos ensinou a ver como era o mundo e de nos preparar para viver nele.
É incrível, mas essas imagens têm cheiros, produzem sabores e sensações prazerosas que nos transportam pelo mundo da nossa memória.
Lembrar de árvores que podíamos nos dependurar, dos ralado nos joelhos depois de aventuras realizadas com os amigos em uma cidadezinha do interior, lembrar das cocadas saboreadas depois do almoço, das laranjas que partilhávamos sentados no varandão conversando com nossos pais, das muitas situações imaginárias que nos acompanharam durante a infância é hoje muito gratificante.
“Preciso lembrar da minha infância, os jogos de amarelinha, os segredos que me contaram lá no fundo do quintal. Preciso guardar as minhas lembranças, as viagens que fiz, ciranda, cirandinha e o gosto de aventura que havia nas manhãs. Preciso guardar meus talismãs o anel que tu me deste, o amor que tu me tinhas e as histórias que eu vivi.” (MURRAY, 2004).
Histórias que se encontram guardadas na nossa seletiva memória e que se abrem de vez em quando para nos presentear com os momentos em que nossas vidas são vistas com olhos poéticos de criança, ou seja, olhos que só compreendem o mundo pelas coisas simples, pelos rituais da ludicidade, fazendo história através das lembranças da memória.
Lembranças que são feitas de vida, de criatividade e de mudanças que trazem para o “aqui” e o “agora” elementos pertencentes ao passado e que se abrem também para questões sociais e históricas, no momento em que se inserem como fatores pertencentes também a outros indivíduos contemporâneos.
Essa história tem sido, a história possível, construída por cada um na relação com o outro e que, de alguma forma, será construída também por todos nós, que somos os autores, relatores e os personagens da chamada história. (SARAT, 2010).
REFERÊNCIAS
MURRAY, Roseana. Classificados Poéticos. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2004.
SARAT Magda. A escola da minha infância: história, memória e educação,
2002. http://www.unicentro.br/editora/revistas/analecta/v3n1/artigo%2011%20%20a%20escola%20da%20minha%20infancia.pdf . Acesso em: 03 de março de/2010.
MURRAY, Roseana. Classificados Poéticos. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2004.
SARAT Magda. A escola da minha infância: história, memória e educação,
2002. http://www.unicentro.br/editora/revistas/analecta/v3n1/artigo%2011%20%20a%20escola%20da%20minha%20infancia.pdf . Acesso em: 03 de março de/2010.
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