terça-feira, 23 de agosto de 2011

A vida começa aos 60

Adaptado de Carol Quintanilha
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Cada vez mais brasileiros se divorciam e refazem a vida na terceira idade. Os brasileiros com 60 anos ou mais são os que mais aderem ao clube dos descasados. Em cinco anos, o número de pessoas nessa faixa de idade que se divorciaram ou se separaram judicialmente de seus parceiros subiu 51%.

No total da população, o aumento foi de apenas 13%. Ou seja, em nenhum outro grupo os índices de separação crescem tanto. Os especialistas são unânimes em apontar como principal motivo para esse fenômeno a elevação na expectativa de vida, que hoje é 35% mais alta do que há cinqüenta anos.

Naquela época, não era comum alguém na casa dos 60 anos mudar radicalmente de vida ou fazer planos para o futuro. Isso mudou. Voltar a estudar, fazer esportes e até namorar são atividades plenamente aceitáveis para quem está na terceira idade. Antes, poucas pessoas achavam que valia a pena se separar na terceira idade. Agora, existe a idéia de que ainda se pode fazer muita coisa depois dos 60 anos.


Um estudo recente da agência de pesquisas Indicator GfK mostra que 44% dos brasileiros com esta idade são independentes, ativos e felizes com a vida que levam. Isso vale para homens e mulheres.

Pouco mais de 70% dos homens nessa situação desposam mulheres que têm menos de 60 anos. Entre as mulheres com mais de 60 anos, o índice das que se casam com homens mais jovens é de apenas 18%. "Por outro lado, o homem tem mais dificuldade de cuidar de si mesmo. Por isso, se não refaz sua vida amorosa, pode sofrer mais", diz a psicóloga Laura Mello Machado, do Instituto de Gerontologia da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro.


As mulheres fazem excursões com as amigas, entram na universidade da terceira idade, fazem cursos. Para muitas delas, o divórcio representa uma libertação.

O fato de os filhos já serem adultos torna mais fácil a decisão de se separar. "Às vezes, depois que os filhos saem de casa, o casal deixa de ter objetivos comuns para a vida", diz o psicólogo Ari Rehfeld, da Pontifícia Universidade Católica. Isso, para uma relação saudável, significa o fim.

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