A mente superficial não pode resolver o problema do sofrimento porque sempre procura evitá-lo... Qualquer espécie de entretenimento, seja uma cerimônia religiosa, seja uma partida de futebol, é essencialmente a mesma coisa para essa mente, mera fuga à aflição, ao vazio interior; e é isto o que estamos fazendo em toda a parte: buscando em diferentes formas de entretenimento o auto-esquecimento.
Ora, quase todos nos satisfazemos com palavras, símbolos, idéias, e com as nossas reações a essas palavras, de modo que nunca estamos em intimidade com o fato. Quando subitamente nos vemos frente a frente com o fato do sofrimento, isso nos causa um choque, e nossa reação é a fuga a esse fato.
Para se ser livre do sofrimento, é necessário compreender, consciente e inconscientemente, todo o esse processo, e isso só é possível vivendo-se com o fato, olhando-o sem motivo. Para isto, presisa-se perceber as manhas de nossa mente, suas fugas, as coisas aprazíveis a que estamos apegado e as coisas desagradáveis de que desejamos nos livrar com rapidez.
Cumpre observar o vazio, o embotamento e a estupidez da mente que só trata de fugir. E pouca diferença faz, se se foge para Deus, para o sexo ou para a bebida, porquanto todas as fugas são essencialmente a mesma coisa.
Não encontraremos saída de nossa confusão, angústia, conflito, pela constante repetição dos livros sagrados; isso poderá levar à hipocrisia, a uma vida de insinceridade, de interminável pregação moral, porém, nunca a enfrentar realidades.
Psicologicamente, vemo-nos inseguros. Por essa razão criamos deuses, deuses que se tornam nossa segurança permanente! Isso gera conflitos.
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